domingo, 31 de maio de 2009

Não posso continuar celebrando a estupidez humana.

Manhã chuvosa de sábado, levanto atrasada, compro um café no posto em frente a minha casa e vou em direção à parada de ônibus. Indubitavelmente acordei de bom humor, feliz por mais um dia de trabalho não remunerado. Até me deparar com a primeira pessoa de mal com a vida na rua, xingando o ônibus que não havia passado e o trabalho que estava atrasado. Gente chata e sem nenhuma graça, pensei comigo. Segui em frente.
Tomei todo meu café, vagarosamente e logo que terminei, chegou meu ônibus, perfeito. Botei o copinho agora vazio no lixo e subi ao ônibus. Não tão cheio quanto o de costume, mas as pessoas ali presentes pareciam estar enchendo aquela atmosfera de mau humor e insatisfação, abstrai novamente, levantei-me, pois já estava chegando meu ponto e esperei. O motorista, desatento, não parou. Tudo bem, desceria na próxima. Alguém chamou o ônibus, por isso o motorista parou, continuava desatento ao sinal de desembarque e deixou eu e mais uma moça rabugenta esperando que nem patetas diante da porta fechada. Ela deu um grito, ele abriu na hora, mas aquilo entrou em mim de uma forma. Guardei. Caminhei até a parada.
Meninos corriam na rua, atrás de um cachorro que tentava esconder-se. Outro cachorro ali perto latia insistentemente, afim de proteger seu semelhante. Nada adiantou, quando se aproximaram, percebi, eles tinham pedaços de tijolos na mão. Cruelmente encurralaram o cachorro, que em vão tentou fugir, mas mesmo assim foi atingido por aquele pedregulho na sua parte traseira, correu ganindo.
As outras pessoas na parada censuraram o garoto que rindo raivosamente e não dando muita bola, disse que o cachorro estava comendo os bixos no seu jardim. Saiu correndo novamente em direção ao novo esconderijo canino. Exitei, com lágrimas nos olhos. Minha vontade era pegar o pedaço de tijolo, agora no meio do asfalto e sair correndo atrás dos meninos. Acertá-los em cheio, bem como o fizeram com o pobre cão. Mas mais uma vez exitei.
Aquele sentimento me invadiu, era uma violência exacerbada, contra um animal indefeso, que apenas seguia seus instintos. E se os meninos o fizeram com um animal, não exitariam em agredir um ser humano. Esse é o futuro da civilização, pensei.
Vamos celebrar a estupidez humana. Timidamente chorei.
Dirigi-me ao ônibus que estava partindo e tentei fugir para as páginas do meu livro, que ainda bem hoje pela manhã me acompanhava. Funcionou. Ele me entendeu, sabia que eu estava passando um momento difícil e transcreveu aquilo que eu necessitava ler.
Disse-me que as pessoas não são mais malvadas, são imbecis. Pois os malvados têm consciência dos seus atos, pensam antes de agir; enquanto os imbecis agem instintivamente, tirando de sua frente quem ousar atravessar seu caminho.
Sorri e agradeci, a literatura sempre me cura.
Cansei das pessoas, cansei desse mundo. Vou reiventar o meu mundo, trazer pra perto de mim quem estiver em sintonia, quem conseguir me ajudar a subir minha frequência que de uns tempos para cá só tem baixado. Preciso de mais tempo comigo, de mais meditação.
Não consigo coagir mais com essa humanidade. Torço para que a profecia Maia se concretize e o mundo volte a ser um lugar melhor, que essa nova era que está chegando seja, realmente, de almas evoluídas, pois se continuar assim, não haverá nova era.

Um comentário:

Silvio Pilau disse...

E os meus textos tão tristes?
heheheh
Não te preocupa, ainda tem muita coisa boa e que vale a pena por aí.
Beijo