sábado, 20 de junho de 2009

Olavo Bilac




"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto ...


E conversamos toda a noite, enquanto

A via láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas."

domingo, 7 de junho de 2009

Eu acredito em fadas.


Se um dia, todas fadas adoecerem, o que será de nós?
Quem irá iluminar nossas noites e encantar nossos dias?
Sonhem mais, acreditem nas fadas, pois, cada vez que alguém diz não acreditar nelas
Uma fada se apaga, morre pra sempre.
Aí, o mundo delas adoece junto ao nosso, junto à nossa imaginação
Que fica cada vez mais pobre.
Sonhem mais, acreditem mais,
Na beleza dos seus sonhos.

Quem somos nós?

Diga-me então, se sabes a agonia de olhar-te no espelho e não reconhecer-te?
O sofrimento que dá, de olhares à tua volta, e tua aura não reconheceres
Fechar os olhos e olhar para dentro, procurando encontrar-te e, cada vez mais, perder-te.

São tempos de guerra, num mundo onde a paz é utópica
Mudar teu mundo sem perspectiva que ele seja mudado
Irradiar luz diante de pessoas que não a reconhecem entre tanta escuridão

Fácil seia fugir para dentro de mim e deveras ser plenamente feliz
Num mundo onde não se conhece armas e os abraços,
ah, os abraços, durarariam mais de um minuto inteiro

Esse estranhamento diante de mim mesmo me assusta
O lugar onde vivo obnubila minha mente
E escurece minha alma

Mas continuo buscando a serenidade
Sigo em frente, levanto a cabeça
Buscando meu ponto de equilíbro.