quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Lua Cheia.


A noite estava clara pra caramba, mas não era pra menos, era noite de lua cheia. E estava eu, junto com minhas tralhas, a caminho de Torres, num bus semi-direto, porém super confortável, apreciando o céu e a lua que me iluminava, quando comecei a refletir.

Como pode a lua cheia ser tão vazia...tão sozinha?!

Foi a minha indagação, quando vi seu reflexo que brilhava em nosso caminho, mesmo com ela meio escondida atrás das nuvens. Parece que estas passam por ela sem nem a verem, como se ela não existisse. Tapam sua luz aos poucos, como se fosse algo qualquer.
Não consigo entender como ela pode ficar lá, tão sozinha e brilhar tanto. Parece nunca perder a majestade.
Dona lua que ilumina cidades inteiras, parece esquecer de guardar um pouco do seu brilho para si. Acredito que ela não saiba o tamanho de seu espetáculo, por isso se sente tão sozinha quanto parece.
Acho que de vez em quando lua e sol poderiam se encontrar, para que eles se fizessem companhia e fossem capazes de enxergar o tamanho de seu brilho. Mas eles insistem em brincar de gato e rato. Quando um chega, o outro se esconde.
Acredito que todos nós nos sentimos um pouco como a lua, tão cheios de brilho pra compartilhar que esquecemos de nos iluminar. Esquecemos que não dependemos dos outros para continuarmos brilhando.

A'Parentada.

Família é um bixo difícil de ser compreendido né. Cada qual com costumes diferentes, manias diferentes, culturas diferentes.
É engraçado, família por mais que haja briga, tem de haver a reconciliação, afinal, são os únicos que estão realmente do teu lado quando a coisa aperta. Deve ser por isso que insistimos em nos desentender com familiares.
Eu, por exemplo, sempre fui a ovelha negra da família (com duplo sentido), acabei fazendo jus à fama e, por algum motivo relacionado à tal, meus parentes são os que menos me conhecem. Até o atual momento, sempre fui "suportada" por eles. Agora que tem alguém mais mal resolvida do que eu costumava ser, eles pararam pra me olhar com outros olhos e dizem que eu mudei.
Não, não. Eles mudaram. Afirmo isso veemente, pois me conheço bem e tenho a certeza de que continuo a mesma de pelo menos 6 meses atrás, mas eles não pararam para olhar sem aquele estereótipo.
Se as coisas mudarão entre nós, eu não sei. Se eles me conhecerão melhor, eu não sei. Mas tenho a certeza de que aquela máscara que eles insistiam em me colocar, caiu.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Enterro dos ossos.

E então, depois de uma longa semana de praia e carnaval vem o enterro dos ossos.
As dores de cabeça que não se teve, o tempo pra pensar que foi deixado de lado, o bom senso que não chegou até a praia tomam conta da gente.
Faz exatamente dois dias que não consigo fazer nada além de comer e dormir. Meu corpo tá exausto, minha cabeça está em estado de latência.
Depois de tantas reviravoltas que se fizeram presentes no decorrer de apenas 7 dias, a minha vontade é de rebobinar a fita o suficiente para que tudo volte à minha paz de espírito de pelo menos 4 meses atrás.
Parece que tem ossos mais difíceis de se enterrar do que imaginamos, aqueles que insistem em nos assombrar.
Mas enfim, este porongo que costumava se chamar minha cabeça anda tão cheio e ao mesmo tempo tão vazio que estou começando a me preocupar.
Devo insistir na máxima de que "Nada é por acaso", mas olhe, acasos ou sorte são sempre bem vindos.
Vou voltar ao meu ócio mais cansativo do que criativo e ver se arranjo alguma desculpa mais convincente para todas essas voltas que a vida tem dado.

Como pode tudo mudar?!

Difícil acreditar que depois de tanto tempo
Eu iria me ligar em você...

Mal posso acreditar.